11 dezembro 2018

A Inteligência Financeira Book Review - By Mafalda Bispo


O PODER DA INTELIGÊNCIA FINANCEIRA BOOK REVIEW

Biografia do autor

Robert Toru Kiyosaki nasceu em 1947 em Hilo, no Hawaii. O norte-americano trabalhou na Marinha Mercante devido ao desejo de viajar pelo mundo e conhecer outros mercados. Esta formação permitiu-lhe trabalhar na Standard Oil Company, uma das melhores e maiores companhias de petróleo, criada em 1870. Mais tarde, integrou-se no grupo de Fuzileiros Navais para estudar liderança de tropas, na Guerra do Vietnã, até 1974. Após regressar, trabalhou na Xerox até 1977 para aprender mais sobre técnicas de vendas. Em virtude da experiência adquirida, fundou a Cashflow Technologies. Para além de empresário e investidor, tornou-se conhecido pela sua carreira como escritor, e, de entre os seus 15 livros, ganhou principal destaque o livro “Pai Rico, Pai Pobre”, sendo o “Cashflow” o responsável pela licença da publicação. Este livro foi lançado em parceira com Sharon L. Lechter, empresária, investidora, autora e cofundadora da Cashflow Technologies. “Pai Rico, Pai Pobre” foi lançado em 1997, vendeu mais de 26 milhões de cópias em todo o mundo, foi traduzido em mais 40 idiomas diferentes, tornou-se o primeiro best-seller de Robert Kiyosaki e o livro de finanças pessoais mais vendido no mundo.

Pai Rico, Pai Pobre

No que se refere ao livro, os autores defendem que a educação financeira deve ser desenvolvida desde cedo e que por isso deveria fazer parte do sistema escolar tradicional. Neste sentido, Robert Kiyosaki desenvolveu o “Cashflow”, jogo de mesa educativo, e o livro, por sua vez, desenvolve-se com a ideia implícita nele, a transação da “Corrida de Ratos” para a “Pista de Alta Velocidade”.
Relativamente ao jogo, este permite uma aprendizagem essencialmente a nível de finanças pessoais e investimentos. Antes do início do jogo, o participante define um sonho e inicia-o no primeiro circuito que é a “Corrida dos Ratos”. O objetivo nesta fase é “comprar” ativos suficientes para conseguir “pagar as suas contas” sem depender do seu salário. Quando atinge este objetivo o jogador avança para a “Pista de Alta Velocidade” onde se preocupa apenas com conquistar o sonho que definiu no início do jogo.
A primeira abordagem do livro é que, hoje em dia, boa formação e notas altas não são suficientes para garantir o sucesso de alguém. O mundo mudou e o sistema educacional não acompanhou a mudança. O mesmo não desenvolve a inteligência financeira dos jovens, não lhes explica o que é o dinheiro, investimentos, juros, e outros instrumentos financeiros, e, principalmente, não os prepara para o mundo que irão enfrentar quando terminarem os estudos. É tarefa dos pais preocuparem-se com esta falha e procurar desenvolver a inteligência financeira dos filhos. Robert Kiyosaki esclarece que, o conselho dado antigamente pelos pais aos filhos: de ir para a escola, tirar boas notas, procurar um emprego seguro, pode ser hoje o conselho mais perigoso do mundo. O mundo mudou, os conselhos não podem ser os mesmos já que os empregos deixaram de ser seguros. O autor esclarece o perigo deste conselho através da “Corrida dos Ratos:
"Se observar a vida das pessoas com formação média, trabalhadoras, verá uma trajetória semelhante. A criança nasce e vai para a escola. Os pais orgulham-se porque o filho se destaca, tira notas boas e consegue entrar na universidade. O filho forma-se, talvez faça uma pós-graduação, e faz exatamente o que estava determinado: procura um emprego e segue uma carreira segura e tranquila. Encontra esse emprego, quem sabe de médico ou de advogado, ou entra para as Forças Armadas ou para o serviço público. Geralmente, o filho começa a ganhar dinheiro, adquire cartões de crédito e começam as compras, se é que já não tinham começado. Com dinheiro para torrar, o filho vai aos mesmos lugares onde vão os jovens, conhece alguém, namora e, às vezes, casa. A vida é então maravilhosa porque atualmente marido e mulher trabalham. Dois salários são uma bênção. Eles sentem-se bem-sucedidos, o futuro é brilhante, e eles decidem comprar uma casa, um carro, uma televisão, tirar férias e ter filhos. O desejo realiza-se. A necessidade de dinheiro é imensa. O feliz casal concluiu que as suas carreiras são da maior importância e começam a trabalhar cada vez mais para conseguir promoções e aumentos. A renda aumenta e vem outro filho, e a necessidade de uma casa maior. Eles trabalham ainda mais arduamente, tornam-se funcionários melhores. Voltam a estudar para se especializarem e ganhar mais dinheiro. Talvez tenham mais um emprego. Os salários crescem, o IRS, o imposto de propriedade, os descontos para a Segurança Social, entre outros, também crescem. Eles olham para aquele rendimento e questionam-se para onde vai todo o dinheiro. Aplicam-no em alguns fundos mútuos e pagam as contas do supermercado com cartão de crédito. As crianças já têm cinco ou seis anos e é necessário poupar não só para os aumentos das mensalidades escolares, mas também para a velhice. O feliz casal, nascido há 35 anos, está agora preso na armadilha da "Corrida dos Ratos" para o resto da vida. Eles trabalham para os donos da empresa, para o governo quando pagam os impostos, e para o banco quando pagam cartões de crédito e hipoteca. Então eles aconselham os filhos a estudar com afinco, obter boas notas e conseguir um emprego seguro. Eles não aprendem nada sobre dinheiro, a não ser com aqueles que se aproveitam de sua ingenuidade e trabalham arduamente a vida inteira. O processo repete-se com a geração seguinte de trabalhadores. Esta é a Corrida dos Ratos.”
(Kiyosaki, R. & Lechter, S. 2000/ 1997)
No desenvolvimento do livro, o autor realça as diferenças entre ser dono de uma empresa e ser trabalhador, consequência do constante contraste entre o seu “Pai Rico” e o seu “Pai Pobre”, respetivamente. O “Pai Rico”, empresário com milhões de euros, obrigou o autor a pôr de lado a preguiça mental e a desenvolver habilidades financeiras, a procurar alcançar o que queria por si mesmo e, a entender que a instrução financeira é bem mais valiosa que o dinheiro, pois é esta que constrói riqueza. Por outro lado, o “Pai Pobre” incentivava-o a estudar, tirar boas notas e encontrar um emprego seguro.
Um dos temas tratados no livro é a diferença entre ativos e passivos, e as diferentes perspetivas entre o “Pai Rico” e “Pai Pobre” são apresentadas pelo autor. Robert Kiyosaki esclarece que a grande maioria dos autores defendem que a independência financeira de uma pessoa é medida pelo tempo que o rendimento dos seus ativos é capaz de sustentá-la. E nesta base, o autor incentiva ao crescimento dos ativos ao ponto de não ser necessário o salário como trabalhador para esses ativos cobrirem as despesas. A maioria das pessoas trabalha pelo dinheiro e não põe o dinheiro a trabalhar para elas, não se tornam independentes financeiramente. É importante ter ativos capazes de gerar rendimentos superiores às despesas correntes. Trata-se da “Pista de Alta Velocidade”, a independência financeira.

Proximidade com a matéria da disciplina de Negociação e Liderança

Relativamente à proximidade do livro com a matéria da disciplina de Negociação e Liderança, os temas estudados mais presentes no livro são a autoliderança e automotivação. Para além destes, também estão presentes dois tipos de liderança distintos, o do “Pai Rico” e o do “Pai Pobre”.No que toca à autoliderança e automotivação, percebe-se facilmente que se tratam das bases do livro e que são as mensagens que o autor tenta passar ao leitor, que tenha capacidade para se autoliderar e automotivar.A autoliderança, segundo Bryant e Kazan (2012) é a capacidade de influenciar o próprio a atingir determinados objetivos, e consideram que o autolíder possuí três características essenciais: autoconsciência, autoconfiança, autoeficácia. Com base nisto, o autor incentiva a sermos eficazes, criativos, inovadores e a aprender a lidar com possíveis obstáculos. Consequentemente, para isso, é necessário sermos conscientes de nós próprios, saber até onde podemos ir e o que podemos melhorar. Por fim, implicitamente, o autor incita à autoconfiança, quanto mais desenvolvermos a nossa inteligência financeira, mais habilidades temos. Por sua vez, estas tornam-nos mais confiantes e mais próximos de atingir o sucesso.No livro de Robert Kiyosaki predomina também a automotivação. Segundo a American Psychological Association (2004), para que uma pessoa se motive a si mesma, é necessário que a mesma possua um conjunto de características: autonomia, competências e capacidade de relacionar-se com as pessoas. O autor incita o leitor a ser autónomo, um fator psicológico saudável decisivo para ser capaz de se motivar, a procurar adquirir competências, incentivando à instrução financeira e, por último, a ser capaz de relacionar-se, onde está implícita a conexão com outros e a comunicação, enquanto trabalhador ou dono de uma empresa.Relativamente ao “Pai Rico” é fácil identificar o tipo de liderança transformacional, já que as 4 dimensões destas (Bass e Avolio, 1994) estão presentes: a influência idealizada (carisma), a motivação inspiracional, a estimulação intelectual e consideração individualizada. Na teoria desenvolvida por Carless e Mann (2000), o mesmo sugere que líder é aquele que comunica uma visão, desenvolve os recursos humanos, oferece suporte, potencia os recursos humanos, é inovador, lidera por exemplo e é carismático. Todos estes aspetos são satisfeitos pelo “Pai Rico”, que lidera o autor que sem tomar uma atitude autoritária, preocupa-se com a aprendizagem e transformação do mesmo. O “Pai Rico” obriga o autor a desenvolver o seu pensamento crítico, tratando-se de uma abordagem humanizada que leva à motivação e consequente crescimento do liderado.Por outro lado, observamos um tipo de liderança diferente para o “Pai Pobre”, liderança transacional (Covey, 1992), que se preocupa e empenha-se em fazer com que as metas sejam alcançadas mas não se preocupa em motivar e inspirar os seus recursos humanos e equipa. Este modelo não incentiva a “sair da caixa”, apenas incita ao cumprimento de prazos e objetivos. Desta forma, o “Pai Pobre” incentiva o autor a atingir um objetivo “estudar e ter boas notas para arranjar um emprego seguro”.

Experiência pessoal enquanto Reviewer 

Enquanto leitora, considero a minha experiência bastante positiva. O livro “Pai Rico, Pai Pobre” proporcionou-me momentos intensos de reflexão sobre o medo de arriscar e as vantagens e desvantagens da procura de segurança.Na minha perspetiva, um dos aspetos mais profundos do livro foi o autor defender que é necessário, em algum momento da vida, viver abaixo das possibilidades. Do mesmo modo, a abordagem que mais me cativou foi a “Corrida dos Ratos”, dado que o que ela representa, é, de facto, uma realidade, presente nas pessoas que me rodeiam, e nunca tinha sido capaz de a analisar na perspetiva oferecida pelo autor. O livro teve para mim uma vertente motivacional muito forte, e por isso desvalorizei a veracidade e existência quer do “Pai Rico” como do “Pai Pobre”, ainda que esta tenha sido altamente questionada por outros leitores. O livro oferece valiosos conselhos motivacionais no sentido de deixar o medo e a preguiça de lado, e, incentiva ao desenvolvimento da inteligência financeira. É necessário “tomar as rédeas” do futuro, tanto a nível pessoal como profissional. O medo de arriscar leva muitas vezes à ignorância e prende-nos à “Corrida de Ratos”. O autor preocupa-se em motivar os leitores a quererem melhorar a sua inteligência financeira e despertar o seu génio financeiro.Por fim, considero a sua abordagem da formação e atual sistema de ensino agressiva na medida que, é notória a falta de instrução no que toca a questões financeiras do “dia-a-dia”, mas o autor chega a acusar as instituições universitárias por terem “falsos professores”, dizendo que estes não sabem do que falam. A educação financeira é fundamental para desenvolver uma mentalidade empreendedora. Para isso, é necessário perceber de gestão, de contabilidade, finanças e economia, disciplinas estas que fazem parte do sistema de ensino atual.

Referências bibliográficas

Kiyosaki, R. & Lechter, S. (2000), Pai Rico, Pai Pobre: O que os ricos ensinam a seus filhos sobre dinheiro. (60ª ed., M. Monteiro, Trad.) Rio de Janeiro: Elsevier (obra original publicada em 1997).
https://www.wook.pt/autor/robert-t-kiyosaki/613565
https://www.sunoresearch.com.br/tudo-sobre/robert-kiyosaki/
https://www.wook.pt/autor/robert-t-kiyosaki/613565
http://criativocursos.com/comecando-jogar-cash-flow/
https://www.youtube.com/watch?v=VsEmbqbM0U4
https://www.selfleadership.com/what-is-self-leadership/
https://www.youtube.com/watch?v=3sRBBNkSXpY
https://oblogdoempreendedor.pt/pai-rico-pai-pobre-robert-kiyosaki/

Para citar este texto: Bispo, Mafalda (2018) O Poder da Inteligência Financeira Book Review. Research oriented by PhD Patrícia Araújo within "Leadership and Negotiation" Curricular Unit and Presented at IPAM Leadership Challenge.3ª Ed. Porto: Portuguese Institute of Marketing and Administration. Available at: https://ipamleadershipchallenge.blogspot.com/2018/12/a-inteligencia-financeira.html


Assinatura

Mafalda Dias Bispo
mafaldadiasbispo@gmail.com
Aluna do 1º ano do Mestrado em Gestão de Marketing – IPAM Porto
Comprometida, Criativa, Concentrada e Confiante!

“O objetivo da vida, é uma vida com objetivos” - Book Review por Beatriz Silva



"O objetivo da vida, é uma vida com objetivos” – Book Review do Livro “O Monge que vendeu o seu Ferrari” por Beatriz Silva


Nas áreas da Gestão e do Desenvolvimento Pessoal nos EUA, Robin Sharma é um dos autores de maior renome, sendo considerado um dos mais conhecidos gurus de gestão e autoajuda do mundo.

Licenciado em Direito, teve uma carreira de sucesso como advogado e dedicou-se também ao ensino. Talvez desiludido com a sua profissão e com o desgaste que esta imprimia à sua vida pessoal, Sharma resolveu exorcizar as suas angústias e encontrar significado para a vida através da escrita. Começou por publicar, por conta própria, o livro “MegaLiving”, um guia para a gestão de stress que compilou várias técnicas de espiritualidade tanto ocidentais como orientais. Seguiu-se a publicação daquele que se tornou o seu best seller: “O Monge que vendeu o seu Ferrari”. Posteriormente, Sharma publicou onze outros livros e fundou uma empresa de treino em liderança “Sharma Leadership International”.
A peculiaridade dos títulos das suas obras tem como objetivo captar a atenção do leitor pelo absurdo fazendo com que haja curiosidade de ler os seus livros.
Para além da escrita Robin Sharma, com a sua experiência de mais de 20 anos, dá palestras motivacionais a diversas organizações, como é o caso da Nike e da Microsoft. Através de um discurso impactante e atrativo, transmite a mensagem que qualquer pessoa em qualquer papel pode ser um líder.
Tanto nas suas obras como nas suas palestras, Sharma leva os seus leitores/ouvintes a (re)pensarem as suas vidas.  
                               “O objetivo da vida, é uma vida com objetivos”                                              (Sharma, R., 2009, p.79)

“O Monge que vendeu o seu Ferrari” é uma fábula espiritual que retrata o dia a dia dos empresários e realça a constante correria característica dos compromissos de trabalho.
A personagem Julian Mantle, é um conceituado e bem-sucedido advogado, rico e famoso que vive rodeado de luxos, de entre os quais se destacam uma casa na praia e um Ferrari. Profissionalmente ganha todos casos e é considerado, pelos seus pares, como um “animal” em tribunal.  
Certo dia, em pleno tribunal nas alegações finais de mais um caso que se afigurava com um desfecho brilhante, Julian, acusando um enorme cansaço e desgaste fruto da dedicação desmesurada à profissão, sofre um ataque cardíaco.
Este acontecimento constitui-se como um marco importante na sua vida e um ponto de viragem em toda a sua existência. Decide abandonar a carreira jurídica e iniciar um novo estilo de vida. Vende todos os seus bens e parte numa viagem pelo Oriente. Na Índia, tem o privilégio de conhecer Iogue Raman que, após uma partilha de experiências, lhe indica um local e um grupo de pessoas onde Julian poderia encontrar aquilo que tanto procurava: uma vida com mais encanto e equilíbrio. O local no monte dos Himalaias era a aldeia de Nirvana de Savana e as pessoas sugeridas por Raman eram os grandes sábios de Sivana. Iogue Raman era o sábio mais velho de Sivana e o líder do grupo.
Neste local, Julian aprende a viver uma vida em harmonia, plena de realização seguindo os princípios e técnicas dos sábios.
Aprende e interioriza que:
“O segredo da felicidade é simples: descobre o que gostas realmente de fazer e, depois, canaliza todas as tuas energias nesse sentido. Assim, que o fizeres, terás uma vida rica e todos os teus desejos se concretizarão facilmente.” (Sharma, R., 2009, p.76)

Existe uma série de técnicas e procedimentos que devemos adotar para atingir a felicidade, por exemplo, por cada pensamento negativo que se instale na nossa mente, devemos substitui-lo por um positivo; devemos definir objetivos: do mais pequeno para o maior, do particular para o geral, do interior para o exterior; manter a mente aberta e acreditar na nossa própria capacidade para realizar algo; praticar o “Kaizen”, ou seja empenhar-se e esforçar-se diariamente para dar sentido à vida; refletir sobre o valor da vida e das nossas conquistas; gerir o tempo de forma a simplificar a vida, concentrar-se no que é essencial e manter o equilíbrio; servir os outros altruisticamente com o objetivo de ascender à dimensão suprema da vida e, finalmente, viver no presente não sofrendo por antecipação de um futuro que nem saberemos se chegará a acontecer. Todas estas técnicas e procedimentos encontram-se interligados com o domínio do próprio “eu”. De entre as técnicas e práticas que Iogue Raman ensina, destacam-se dez rituais eficazes para alcançar o autodomínio:

·         Ritual da Solidão (reservar um período obrigatório de paz/sossego durante o dia);
·         Ritual da Fisicalidade (cuidar da mente e do corpo da mesma forma);
·         Ritual dos Alimentos Vivos (aderir a um regime alimentar saudável e incluir os alimentos vivos);
·         Ritual do Conhecimento Abundante (aprender o mais possível durante a vida e expandir conhecimentos);
·         Ritual da Reflexão Pessoal (promover o autoconhecimento; contemplar o interior);
·         Ritual do Despertar Cedo (acordar com o nascer do sol para começar bem o dia);
·         Ritual da Música (ouvir música como um estímulo espiritual);
·         Ritual da Palavra Falada - Mantras (utilizar palavras no discurso que associadas umas às outras criam um efeito positivo, fazendo com que as pessoas se sintam concentradas, fortes e felizes);
·         Ritual do Caráter Coerente (adotar medidas para construir o caráter, assente nos seguintes princípios: empenho, compaixão, humildade, paciência, honestidade e coragem);
·         Ritual da Simplicidade (viver uma vida simples, para torná-la gratificante e extremamente pacífica).

Na busca pela felicidade, as técnicas e rituais que Sharma elenca, constituem-se como um manancial de possibilidades para o ser humano. Poderá ser difícil adotar todas e alterar hábitos e pensamentos enraizados em nós, fruto da nossa cultura. No entanto, se os começarmos a utilizar na nossa vida, nas nossas atitudes, pensamentos e formas de relacionamento social, talvez possamos iniciar, de uma forma segura, a caminhada para atingir a felicidade. O próprio autor, precisou de realizar um trabalho interior próprio (Self Leaderhip Theory); auto influenciou-se e percorreu um caminho de modo a atingir os objetivos que tinha traçado. Para tal, necessitou de desenvolver competências como: a autoconfiança, descobrindo as suas forças e habilidades; a autoconsciência, reconhecendo os valores e intenções de cada um e a autoeficácia que se relaciona com o facto de que devemos aceitar os ‘feedbacks’ que nos são dados e, a partir dos mesmos, inovar e ser criativos. Nesta obra, podemos ainda realçar a presença da teoria da autodeterminação (Self Determination Theory), uma vez que todo o enredo se concentra na experiência individual da autonomia, da competência e dos relacionamentos. Estes conceitos são vantajosos, uma vez que o autor leva o leitor a fazer uma introspeção sobre a sua própria vida, tal como aconteceu com ele próprio.
A obra “O Monge que vendeu o se Ferrari” constitui-se como um guia orientador para uma vida com sentido.  O seu autor, proporciona-nos uma leitura inspiradora e de descoberta sobre quem somos, qual a nossa missão na terra, como sermos felizes, bem como encarar os medos e iniciar o entendimento de tudo o que nos rodeia. A riqueza dos ensinamentos nele contidos é transversal a todas as áreas da vida humana, a todas as profissões, a todos os estratos sociais e a todas as idades. Faz-nos acreditar que nunca é tarde para começar. Estamos sempre a tempo de mudar e encontrar o caminho para a felicidade. Mostra-nos também que o ser humano tem direito a ser feliz e que muito mais do que procurar a felicidade extrinsecamente, seja nos outros seja nos bens materiais, devemos começar a procurá-la intrinsecamente.
Pessoalmente, quando fui desafiada a elaborar esta Book Review e analisei a lista proposta, o título da obra captou a minha atenção. O manifesto contrassenso do título, (normalmente os monges vivem uma vida desapegada de bens materiais, logo não faz sentido terem Ferraris, muito menos para venderem e ganharem dinheiro!), despertou em mim uma certa curiosidade em ler o livro. As primeiras páginas, a leveza da escrita e a forma como se desenrola o enredo levaram-me, desde o início a estabelecer uma ligação com a personagem e, mais importante, estimularam-me a refletir e a efetuar paralelismos com a minha própria realidade. Numa era em que estamos tão ligados às tecnologias, em que tudo acontece à velocidade da luz, “nunca há tempo para nada”, o stress toma conta da nossa rotina e o dia-a-dia nos desgasta e nos pesa, perceber que há outra forma bem mais leve de encarar a realidade, traz-nos esperança de um mundo melhor, mais belo e certamente mais feliz.


Referência Bibliográfica e Webgrafia
·         Sharma, R. (2009). O Monge Que Vendeu o Seu Ferrari. Lisboa: Pergaminho.


Autora: Beatriz Silva

Para citar este texto, utilize o seguinte modelo de referência bibliográfica
Silva, B. (2018). “O objetivo da vida, é uma vida com objetivos” – Book Review do Livro “O Monge que vendeu o seu Ferrari” por Beatriz Silva. Research oriented by PhD Patrícia Araújo within "Leadership and Negotiation" Curricular Unit and Presented at Ipam Leadership Challenge.3ª Ed. Porto: Portuguese Institute of Marketing and Administration.
Available at: https://ipamleadershipchallenge.blogspot.com/2018/12/o-objetivo-da-vida-e-uma-vida-com.html



06 dezembro 2018

A Atitude Mental de Uma Book Review - By Sara Silva




A Atitude Mental de Uma Book Review


Carol S. Dweck é uma das principais investigadoras nos campos da personalidade, psicologia social e psicologia do desenvolvimento. Teve diversas experiências no ensino universitário (Columbia e Harvard), deu conferências por todo o mundo e chegou a integrar a American Academy of Arts and Sciences. Já publicou trabalhos no The New Yorker, Time, New York Times, The Washington Post, entre outros e foi convidada para vários programas televisivos. O seu livro “Self-Theories: Their Role in Motivation Personality and Development”  (1999) foi considerado Livro do Ano pelo World Education Fellowship. Atualmente, leciona na Universidade de Stanford e vive na Califórnia com o seu marido.


O trabalho de Carol insere-se numa parte da psicologia que valida o poder que acreditar tem nas pessoas. Podemos ou não ter consciência disso, mas essa convicção afeta diretamente o que pretendemos e como conseguimos, ou não, alcançá-lo.
Este livro surgiu da necessidade de mostrar às pessoas que poderiam melhorar as suas vidas a partir do momento em que mudassem a sua atitude mental – era algo que a autora já ambicionava há algum tempo e que, com o impulso dos seus estudantes, se tornou a sua grande prioridade.  Podemos ver, também, que mudar as crenças das pessoas pode ter efeitos muito fortes nas mesmas – uma pequena crença sobre nós acaba por se infiltrar em praticamente todos os aspetos da nossa vida. Muitas vezes consideramos que estas crenças são parte da nossa personalidade, mas, na verdade, não passam de uma atitude mental que pode ser desenvolvida e que pode estar a impedir-nos de desenvolver o nosso potencial. Tal como a autora descreve, neste livro “o leitor distinguirá subitamente os «grandes» - nas ciências, nas artes, no desporto, na gestão – dos «que-poderiam-ter-sido»” e conseguirá, ainda, saber como aplicar a atitude mental na sua vida.

 Na sua pesquisa, Dweck entende que a única coisa que separa as pessoas com sucesso daquelas que não o obtêm é o desenvolvimento da sua atitude mental – este livro trata disso e de como podemos aprender a usá-la. Os diferentes tipos de atitude mental são desenvolvidos no primeiro capítulo, sendo mais aprofundadas no segundo e posteriormente aplicadas a diferentes situações nas quais podemos ver o impacto das atitudes mentais tanto em atletas, empresas, relações e nas crianças (que são um tema recorrente ao longo do livro) – pode parecer extenso mas, na verdade, o formato do livro ajuda a que os vários tipos de pessoas consigam ir diretas ao capítulo ao qual se identificam e compreender, perfeitamente, a mensagem pretendida. 

Quais são as duas atitudes mentais?
Mindset trata-se de um livro que foca em duas atitudes mentais distintas: a fixa e a progressiva. As pessoas que têm a atitude mental fixa acreditam que o talento e as capacidades são definidos à nascença e que não se irão alterar ao longo da sua vida, acabando por bloquear o seu crescimento e impedindo o maximize do seu potencial, caminhando para a estagnação e desmotivação. As pessoas com atitude mental fixa apenas se importam em ser/parecer inteligente – evitam desafios pois podem demonstrar facilmente o seu fracasso (coisa que abominam), desistem facilmente e vêm o esforço como uma perda de tempo pois acreditam que têm de ser naturalmente bons para desempenhar o que quer que seja, caso contrário não vale a pena. Neste caso, vemos que a inteligência é estática e imutável.
Já as pessoas com atitude mental progressiva acreditam que o talento e a inteligência podem ser desenvolvidos com tempo, persistência e trabalho, atingindo patamares de sucesso elevados – elas criam o seu próprio caminho de oportunidade e sucesso. As pessoas com esta atitude mental acreditam que a sua inteligência e capacidades podem ser desenvolvidas, tanto quanto elas queiram - gostam de desafios, não bloqueiam perante as contrariedades e obstáculos, e encaram o esforço como caminho para a mestria.

Tendo o conceito definido (a nível da teoria), avançamos para exemplos em que se aplicam as atitudes mentais - mostram como podemos reconhecer o nosso crescimento ou a nossa atitude mental fixa mas, também, os das pessoas que estão à nossa volta, desde crianças, colegas e até funcionários ou patrões. Além disto, podemos retirar ideias para transformar a atitude mental fixa em progressiva e, com o desenrolar do livro, podemos entender que a maioria das pessoas é uma mistura das duas atitudes, dependendo da situação em questão. Portanto, se em vez de lermos apenas o capítulo que - na teoria - nos interessa, será mais interessante ler toda a composição para descobrir a nossa atitude mental em cada área – verificar as nossas crenças e evidenciar que a mudança é possível em todas as áreas da nossa vida se optarmos pela atitude certa.
O sétimo e oitavo capítulo são os mais importantes da leitura. No sétimo podemos ver diretamente como a atitude mental praticada pelos mentores das crianças, na sua fase de crescimento, influencia a atitude mental das mesmas. Isto reflete-se na forma como falamos e que se pode traduzir em duplos significados dependendo da perspetiva da pessoa que está a ouvir e, ainda, tendo em conta aquilo que a outra pessoa está a dizer. A forma como falamos é muito importante, por vezes pode ter várias interpretações e, até mesmo, implicações – o mesmo acontece com a nossa atitude mental.
Ao longo do livro, a Carol vai apresentando uma série de  expressões e frases comumente utilizadas tanto na escola, como em conversas de pais e filhos, no desporto – tendo sempre em conta as implicações das mesmas nas atitudes mentais das pessoas e ajuda, também, a que consigamos tornar essas mesmas frases recorrentes em algo de valor. 
Frases como “Tiraste boa nota… e então? Não fazes mais que a tua obrigação”, pode ter grande impacto na nossa forma de aprender. Esta frase leva a crer que se a nota fosse mais baixa, a pessoa já não estaria a cumprir com o suposto, levando ao desapontamento e, mesmo, ao falhanço – mesmo que a pessoa se tivesse esforçado muito para obter a nota, aquele tipo de comentário faz com que se sinta desvalorizada. Desta forma, poderíamos dizer “Tiveste muito boa nota, empenhaste-te muito para a obter”, na qual não nos focamos propriamente no resultado final, mas sim no processo, aprendizagem, esforço e dedicação desenvolvidos ao longo do tempo. 
O conceito apresentado no Mindset é vantajoso para a liderança de forma geral. Podemos entender, a partir dela, que possivelmente o tipo de liderança que consideramos como má (transacional) é normalmente desenvolvida por pessoas com atitude mental fixa e, em sentido oposto, o tipo de liderança que consideramos como correta (transformacional) é desempenhada por pessoas com atitude mental progressiva, tornando-o num líder mais eficaz.


Este livro mostra-nos como podemos mudar a nossa vida e a nossa visão de forma “simples” - não quer dizer que seja fácil - o que o torna aplicável ao nosso dia-a-dia. Embora tenha muita teoria, também tem exemplos práticos, nos quais podemos refletir, retirar conclusões e questionar o que estamos a fazer em relação a certas situações e como poderíamos melhorar. Além disso, obtemos conhecimento profundo de como a nossa atitude mental afeta a nossa produtividade e sucesso.
Um dos pontos que retirei de toda a narrativa é o facto de existirem reações nossas que não são necessariamente reflexo da nossa personalidade, mas sim como vemos as coisas – a atitude mental. Todos temos conhecimento da típica ideia de “pensar positivo”, mas outra coisa é “pensar progressivamente”. Considero fascinante o impacto que a forma de falar tem na mudança do mindset de outra pessoa tão facilmente, tanto para positivo como para negativo – se for para positivo, melhor. É também interessante a forma como a atitude mental está automaticamente ligada à forma como vemos os desafios, dificuldades ou até as facilidades. Após ler este livro já não podemos justificar as nossas atitudes negativas com a “desculpa” de “eu sou assim” quando não conseguimos algo – temos de ativar a nossa atitude mental progressiva para realmente conseguir fazer o que pensamos ser impossível. 
Inicialmente pode parecer um pouco aborrecido por apenas se focar num conceito, mas ao longo do livro podemos ver que as diferentes aplicações desse mesmo conceito tornam o livro pratico, engraçado e de fácil leitura.









REFERÊNCIAS:

Dweck, C. (2018). Mindset: A Atitude Mental para o Sucesso. 2ª Edição, Vogais. Lisboa.
https://pt.m.wikihow.com/Fazer-a-Resenha-Cr%C3%ADtica-de-um-Livro
Junior, G. (2015). O primeiro book review a gente nunca esquece!. Acedido em: 26, Novembro,  
        2018. URL: https://medium.com/medium-brasil/o-primeiro-book-review-a-gente-nunca-
        esquece-bf2d0ee88177
Gates, B. (2015). What You Believe Affects What You Achieve. Acedido em: 26, Novembro, 2018.
        URL: https://www.gatesnotes.com/Books/Mindset-The-New-Psychology-of-Success
Fonseca, J. (2017). Atitude mental e aprendizagem: um livro de Carol S. Dweck. Acedido em: 26,
        Novembro, 2018. URL: https://oapagador.wordpress.com/2017/07/14/livro-carol-dweck/





Silva, S. (2018). A Atitude Mental de Uma Book Review. Research oriented by PhD Patrícia 
    Araújo within "Leadership and Negotiation" Curricular Unit and Presented at Ipam Leadership
    Challenge.3ª Ed. Porto: Portuguese Institute of Marketing and Administration. 






Sara C. Martinho da Silva

saramartinhodasilva@gmail.com
Criativa com atitude positiva. Atenta aos detalhes e cheia
de vontade de aprender coisas novas. Tudo isto e muito mais,
logo a seguir ao café.







05 dezembro 2018

Ser Humano: Uma Miscelânea em Construção - Uma Book Review By Inês Vieira




RESENHA CRÍTICA DO LIVRO A SAGA DE UM PENSADOR
Ser Humano: Uma Miscelânea em Construção

A
ugusto Cury, psiquiatra e psicoterapeuta brasileiro, escreveu o livro Saga de Um Pensador – O Futuro da Humanidade. Retrata um romance repleto de obstáculos e aprendizagens constantes inerentes à construção do Ser Humano. Debruça-se primordialmente sobre a vida de três personagens, Marco Polo, estudante de medicina, Falcão e Poeta, mendigos com nomes fictícios, cujos nomes reais são, respetivamente, Sócrates e Dr.Ulisses Burt. Sócrates é um ex-professor universitário, já Poeta é Dr.Ulisses Burt, médico de renome. A Saga de um Pensador é um texto do século XXI inspirado na história de Marco Polo do século XIII, um viajante pensador(Martins, 2018)
«Estes corpos não têm nome» (Cury, 2011, p.12), é a resposta que serve de mote ao início da nossa história. Marco Polo, jovem estudante de medicina encontra-se na aula de anatomia quando lhe é pedido que comece a dissecar um corpo. Surge-lhe imediatamente a questão, de quem era o corpo que estava a dissecar, responderam-lhe que era de alguém sem nome, de um mendigo sem identidade que morreu por aí e que ninguém reclamou a sua existência. Inquietado com a reposta começa aí a sua procura, em busca da história do ser humano por detrás do corpo que iria dissecar.
O desenrolar do livro acontece com Marco Polo a procurar a história do corpo de Poeta e a conhecer Falcão, também ele mendigo habitante das ruas, que se torna o seu contador de histórias e o auxilia a aumentar a sua inteligência emocional, encontrando respostas para sua as suas dúvidas existenciais. Falcão ensinou ao estudante de medicina que era errado olhar de forma superficial para cadáveres, porque todos tinham a sua história, estimulou o seu sentido crítico e a arte de pensar. A acrescer, ensinou-lhe que as coisas mais simples, como dar um abraço a uma árvore e o ato de agradecer eram as mais fantásticas aos seus olhos.
Neste livro está presente uma motivação em cadeia, que ajudou as personagens a ultrapassarem as fases mais críticas das suas vidas. Passo a explicar, o Poeta defendia que tudo aquilo em que o ser humano crê é aquilo que o controla, portanto se acreditasse em coisas saudáveis iria sê-lo também. Considerando o escrito anteriormente, Poeta motivou Falcão a apoiar-se na sua sabedoria para combater as personagens fictícias que o assombravam e desta forma viver em paz consigo mesmo. Falcão, por sua vez, mostrou a Marco Polo que devia ampliar a sua visão sobre a vida e desligar-se das futilidades inerentes à maquilhagem social em que estava inserido. De seguida, Marco Polo ajudou Anna, mulher por quem se veio a apaixonar, a superar as suas inseguranças, baseando-se no que tinha aprendido com os terapeutas da ruaPoeta e Falcão.
            Marco Polo desmistificou a ideia de que doentes de psiquiatria se tratam apenas com medicamentos e defendeu que o diálogo e a interação social são a principal causa da cura. Fê-los questionarem-se das suas loucuras e alterou a forma como era perspetivado um hospital psiquiátrico. Foi considerado um líder para os pacientes por ser diferente. Assim como para os restantes psiquiatras, porque lhes mostrou resultados de sucesso através de abordagens invulgares e criativas, tais como: entrar nas histórias inventadas pelos pacientes encarando uma personagem e incentivando-os a libertarem-se com o estímulo da dança. O ex-estudante, numa fase posterior, psiquiatra, difundiu a aprendizagem que o mendigo Falcão lhe transmitira.


A minha visão deste livro recai sobre vários aspetos, numa primeira instância considero importante referir que a personalidade das pessoas está inerente às diferentes fases da vida pelas quais passam, moldam-se aos obstáculos, constroem defesas e aumentam o seu autoconhecimento, fomentando assim a sua inteligência emocional. Destaco ainda que o refúgio de Falcão e de Poeta foi a rua, ao tornarem-se mendigos, desproveram-se da futilidade inerente à vida em sociedade, que por vezes é dolorosa e repressiva. Com os seus testemunhos fictícios percebi que é importante cuidar da nossa espécie, o Ser Humano, e tentar relativizar a forma como nos prendemos às nossas limitações, devemos permitir que outros Seres Humanos nos ajudem e nos transmitam conhecimento, como acontece ao longo do livro. Acredito que a palavra Saga no título do livro seja inerente às questões constantes e distintas que colocamos sobre a vida.
            Outra das ilações que tirei foi a forma como as pessoas são observadas pelo seu aspeto exterior assim como pela forma como se exprimem, destaco uma parte do livro em que Poeta, mendigo, foi encarado de forma mais séria quando descobriram que afinal era o Dr.Ulisses Burt, médico de excelência e fundador de uma universidade escola. Constato que na sociedade do século XXI o pacote por vezes supera o valor do interior, no que diz respeito a produtos e até mesmo em relação às pessoas.
É pertinente acrescentar que o livro aborda temáticas como a existência de Deus, a dependência de medicamentos extrema no quotidiano do Ser Humano, o ato do suicídio, o ato de viver em sociedade e a forma como as pessoas falham por não comunicarem entre si. Realço que este texto me fez ver as perdas de outro ângulo, considerando que «Ninguém é uma ilha física, psíquica e social dentro da humanidade» (Cury, 2011, p.86), o que significa que, mesmo com as adversidades, a comunicação está inerente em qualquer estrato social, fase da vida e sobre qualquer tema, uma vez que é estritamente necessária para uma vida saudável. Fazendo um paralelismo para o livro, um mendigo pode tentar isolar-se, mas nunca o consegue fazer na totalidade porque tem sempre interações com o meio envolvente.
Para rematar, A Saga de Um Pensador é um livro motivacional que para além de contar uma história coesa com personagens fictícias, vai introduzindo temas polémicos que me fizeram pensar que todas as respostas que tinha como adquiridas são passíveis de ser alteradas e passarem a ter uma nova abordagem adaptada ao quotidiano. Acrescento ainda que a escolha do título da minha resenha crítica, Ser Humano: Uma Miscelânea em Construção, se prende com a capacidade constante que temos de nos adaptar, mudar, crescer, aprender e encontrar motivação no nosso íntimo mais profundo para que possamos prosseguir a nossa jornada. Os nossos estímulos para seguir em frente podem advir de alguém que seja considerado um líder para nós ou de nós mesmos. Foi uma leitura muito aprazível e inspiradora, recomendo a todos aqueles que apreciam a parte sensível da vida.



Assinatura:
Olá, chamo-me Inês e sou licenciada em Ciências da Comunicação, mas considero-me uma eterna aprendiz. Amante do teatro e da natureza, porém: comunicação, organização e dinamismo são as três palavras que melhor me definem. 
E-mail: inesmendesvieira@gmail.com.



Referências Bibliográficas:
Cury, A. (2011). A Saga de Um Pensador - O Futuro da Humanidade (3aEdição). Pergaminho.
Emotional intelligence. BusinessDictionary.com. Retrieved November 28, 2018, from BusinessDictionary.com Website: http://www.businessdictionary.com/definition/emotional-intelligence.html
Martins, L. A. (2018). Viagens, o livro das maravilhas de Marco Polo. Retrieved from http://visao.sapo.pt/actualidade/visaose7e/livros-e-discos/2018-08-21-Viagens-o-livro-das-maravilhas-de-Marco-Polo
Motivation. BusinessDictionary.com.Retrieved November 28, 2018, from BusinessDictionary.com Website: http://www.businessdictionary.com/definition/motivation.html

Para citar este texto, utilize o seguinte modelo de referência bibliográfica:
Vieira, Inês. (2018). Book Review a Saga de Um Pensador. Research oriented by PhD Patrícia Araújo within "Leadership and Negotiation" Curricular Unit and Presented at Ipam Leadership Challenge.3ª Ed. Porto: Portuguese Institute of Marketing and Administration. Available at:https://ipamleadershipchallenge.blogspot.com/2018/12/ser-humano-uma-miscelanea-em-construcao.html